Como lidar com a frustração de nossos filhos

Se insistimos na ideia de que nossos filhos têm que ser felizes, como fica cada vez que eles começam a chorar, quando ficam nervosos, explodem de raiva ou dizem que estão com medo? E quando ficam com ciúmes, com saudade de alguém ou sofrem com algo?

Quando criamos a expectativa de que nossos filhos têm que estar bem o tempo todo, ficamos estressados e preocupados cada vez que eles entram em contato com algum sentimento desconfortável.

É óbvio que queremos que nossos filhos se sintam bem e que sejam felizes, mas percebem como essa ideia cria uma angústia cada vez que eles se sentem mal? A criança começa a chorar e ficamos fazendo de tudo para ela se sentir bem logo. Tanto ela como nós nos sentimos pressionados.

E se soubéssemos receber esses momentos sem inquietude? E se pudéssemos olhar uma criança chorar sem este alerta: “preciso resolver isso”.

E se no lugar de esperar que nossos filhos sejam felizes, quiséssemos que eles fossem capazes de experimentar o momento presente completamente?

Querer a felicidade é negar os momentos de tristeza, é resistir à dor, o que é impossível. Nossos filhos vão sofrer e está tudo bem, não podemos impedir.

Se tiramos a pressão de que a vida deveria ser feliz, nos abrimos e aceitamos a vida como ela é, fazemos as pazes com ela, com sua natureza.

Mas então o que fazemos quando a criança está triste ou frustrada com algo? Cruzamos os braços? Não! Não estou falando de ficar passivo diante da dor da criança, mas de não resistir a ela, de honrar o desconforto quando ele vem, não pirar o cabeção.

Podemos mostrar à criança que ela pode lidar com o sentimento, podemos passar confiança e assim ela se torna resiliente. Podemos aprender a estar presentes e acompanhá-las sem achar que algo falhou.

O contato com as emoções nos faz crescer. Seu filho veio te ensinar como fazer isso. Observe-o e permita-se aprender com ele.

✍️ Maíra Soares (@cantomaternar), Educadora Parental e Consultora em Criação Consciente.