Na minha caminhada pela autoeducação, quando descobri a Criança Interior, fiquei muito assustada com a ideia de validar as feridas dela. Como assim eu ia destapar as memórias que estavam escondidas lá de trás e reativar minhas dores? Papo de gente doida, eu ia é ficar na minha, esse bagulho de cutucar ferida não era pra mim não.
Afinal, eu sempre dei conta de tudo, não precisava inventar moda. Maternar tava meio zoado, mas dali a pouco ia melhorar, eu tava estudando e praticando umas ferramentas , uma hora a coisa virava. Xácomigo!
Só que não, né? Demorou muito pra eu me convencer que era melhor criar coragem e dar as mãos pra minha criança interior que estava ressabiada e dizer:
“Eu tô aqui, meu amor, não vou a lugar nenhum. Eu sei que tá doendo, sei que você tá assustada, que acha que não pode contar com ninguém e que precisa aprender a ficar sozinha. Eu sei que você tem medo de assumir que tá com raiva ou tá triste, que morre de medo de ser rejeitada ou criticada por isso. Eu sei que parece que você não vai dar conta de entrar em contato com essas dores, que parece grande demais pra você.
Mas posso te contar uma coisa? Hoje você é adulta. Quando você era criança, era muito mais difícil, eu sei, mas agora você é muito mais forte do que você imagina. Você pode sim dar conta. Além disso, eu estou aqui e não vou embora. Nunca mais, eu prometo. Sua mãe não vai vir até aqui, é doído, eu sei, mas ela não tem como te oferecer isso. Mas eu sim, eu que vou te maternar. Vem pro meu colo, vem? Eu e você, juntas, somos muito mais fortes!”
Evitar o contato com a dor não faz ela ir embora. #spoiler Você pode até se sentir anestesiada, mas seu corpo sente e a forma como você se relaciona com os demais também é afetada. Explodimos sem querer ou nos anulamos e nos ressentimos. Se não integramos nosso lado vulnerável, também nos impedimos de acessar a leveza e a alegria.
Faz sentido pra vc?
✍️ Maíra Soares (@cantomaternar) Mentora de Mães, Educadora Parental e Consultora em Criação e Comunicação Consciente