Quando a Nara tinha menos de 2 anos, uma vez estávamos no parquinho perto de casa quando precisei ir ao banheiro. Avisei o pai dela que iria até um bar e cruzei a rua tranquilamente.
Na volta, encontrei minha filha chorando no colo dele em desespero: “Cadê a mamãe?” Eu simplesmente não considerei explicar a ela que estava saindo e já voltava. Ela levou um susto enorme e eu me senti super mal e insensível com a mancada que dei.
Aquilo me intrigou: por que foi natural falar com o Alfonso mas nem passou pela minha cabeça avisá-la tb? Depois ficou claro que eu tê-la ignorado era uma evidência do quanto eu tinha sido ignorada na infância.
A frase “Crianças foram feitas para serem vistas e não ouvidas” era um clássico na casa da minha avó. Imaginem o panorama: a Dona Fernandina teve 13 filhos, minha mãe era a 10a (eu era a 20a neta, somos mais de 30). Pra dar conta da demanda, minha avó tinha regras claras. Na hora da refeição, criança não podia mostrar muita presença, quem tinha direito a conversar eram os adultos. Nossa, como eu odiava aquela frase. Pode parecer um exemplo banal, mas ela representa o modelo adultizado de educação do lugar onde cresci.
Eu sei que minha mãe fez o melhor que pôde, mas ela cresceu nesse ambiente e teve que aprender a ser invisível. Faz sentido que me criasse assim.
Se não nos sentimos vistos na infância, é normal que ignoremos nossos filhos ou que tenhamos dificuldade para vê-los.
Ter a capacidade de ver nossos filhos, de sintonizar com eles, não é tão natural, geralmente vem com dedicação, depois de cuidarmos de nossas feridas emocionais.
Mas é libertador e lindo demais quando avançamos no nosso processo de autoeducação. Até porque estes momentos, mesmo que sutis, quando antes nos geravam culpa, passam a ser vistos como pequenos presentes que nossos filhos nos trazem. Eles nos servem de base para o nosso despertar de consciência.
Se ignoro minha filha, é porque aprendi a ser ignorada e certamente tenho me ignorado tb. Quando a Nara me faz perceber que a ignoro, descubro algo de mim que preciso curar. Se me curo, me sinto melhor e a trato melhor também.
Faz sentido? Você já passou por algo assim?
Texto: Maíra Soares
🌸🌸🌸
Seu filho está passando por uma fase difícil e você não sabe como oferecer apoio? Ele está apresentando algum comportamento desafiador e você não entende porque ou não sabe como lidar? Está se sentido mal por estar sem paciência e não conseguir manter a calma?
Eu ofereço atendimento individual como Consultora em Criação e Comunicação Consciente e posso te ajudar a construir uma relação mais empática e acolhedora com seu filho, sem que isto se torne um peso para você. Quer saber mais sobre meu atendimento? para entrar em contato com a minha assistente.
🌸🌸🌸
👉 Ficou interessado em conhecer mais sobre a Criação Consciente? para você se inscrever na minha newsletter e receber conteúdos exclusivos sobre o assunto.
👉 Participe do meu Canal Gratuito no Telegram para receber um resumo das minhas publicações e também áudios exclusivos com reflexões que faço sobre posts, comentários e mensagens que recebo e cursos que estou fazendo. Clique aqui para entrar no meu Canal Gratuito do Telegram.
🌸🌸🌸
Está se sentido mal por estar sem paciência e não conseguir manter a calma diante de comportamentos desafiadores do seu filho? Inscreva-se no meu Workshop Respira, Não Pira. Clique aqui para entrar saber mais e garantir sua vaga.
Precisa de algo mais profundo? Na minha Mentoria Maternar a Criança, durante 10 semanas, eu te ensino a maternar seus filhos com mais leveza e conexão através do reencontro com sua criança interior. Mais de 450 mães já participaram desse processo. Clique aqui para entrar na lista de espera.