Quando a Nara era menorzinha, eu tinha muita dificuldade de cuidar dela quando ela ficava doente. É difícil confessar isso, mas eu ficava impaciente e tinha até um pouco de raiva dela:
“Sério que você vai me dar trabalho? Sério que vai ter que ficar em casa por conta disso? Sério que vai fazer isso COMIGO?“, eu pensava. 😔
Eu me sentia mal, me sentia uma péssima mãe e tinha vergonha de assumir para mim mesma que naquelas horas eu me irritava. Como assim? Eu tinha tanto amor por ela, como podia ficar tão fria nessas horas?
Foi aí que comecei a procurar o que podia estar por trás. Revisitando minhas memórias, me lembrei das inúmeras vezes em que adoeci e minha mãe não conseguia conter sua frustração: “ih, já vi tudo, vai me dar trabalho“. Vieram cenas das inúmeras vezes que ela acariciava minha barriga para me ajudar a vomitar no banheiro e dizendo palavras de consolo intercaladas por frases que mostravam o quanto eu estava atrapalhando ela.
Por um lado era bom me sentir acolhida, por outro, me sentia um peso para ela, me sentia mal comigo mesma e culpada por deixá-la assim.💔
Quando reconhecemos nossas feridas, somos capazes de assumir outra postura diante delas.
Porque tive coragem de olhar mais a fundo, entendi que estava rejeitando a parte frágil da minha filha da mesma forma que não aceitava minha própria vulnerabilidade. Eu não me sentia merecedora de pedir ajuda e ser cuidada, por isso ficava tão difícil oferecer isso a ela.
Conforme fui cuidando dessas dores, através de processos de autoconhecimento e de terapias, comecei a me sentir muito mais disponível emocionalmente para cuidar da Nara quando ela ficava doente. Foi impressionante como isso mudou, eu mesma não podia acreditar.
Nossos filhos são pequenos mestres que nos revelam nosso mundo interno.
Se nos atrevemos a olhar com coragem para o que está por trás da nossa dificuldade de lidar com alguns comportamentos ou situações vividas com eles, temos a oportunidade de nos conhecer mais a fundo e reconhecer dores que podemos trabalhar.
Eu sei que situações como essas podem doer muito e preferíamos não ter de vivê-las. Mas podemos nos abrir a estes momentos de outra forma e recebê-las como verdadeiros portais de cura.
Essa ilustração foi feita especialmente pro @cantomaternar pelo ilustrador Sacha Leon (@sachaleonart)
✍️: Maíra Soares (@cantomaternar), Mentora de Mães e Educadora Parental em Criação Consciente
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